Tuesday, June 01, 2004

capitulo1 continuação 6

«Miguel via-a aproximar-se angustiado. Será feia, será bonita? Simpática?
As dúvidas percorriam-lhe o pensamento. Rápidas e perigosas.
Da noiva, sabia que se chamava Ana, mais nada.
A noiva retirou o véu. Miguel, ansioso, olhou para ela.»

E surpreendeu-se com a face da rapariga. Ela olhou para ele. Sorria-lhe. Os olhos dela, castanhos, percorriam-lhe as ideias. O cabelo preto, os caracóis...tudo ficava bem naquele rosto de menina com sardas.
Ana também para ele olhava. Sorria de novo. Era a união crescente entre os dois, nunca haviam falado antes…
E quando o padre perguntou a Miguel se aceitava Ana como esposa a resposta automática saiu: Sim!
Ana também ao noivo dizia que sim. Sua face carregava-se de um leve vermelho, misto de excitação pelo casamento. Além disso, sentia que algo de certo estava a acontecer. Perante o padre e Miguel, o homem com quem estava a firmar o futuro, lembrou-se de um amigo de infância. Um amigo que sempre a escutara e ao qual julgara que destinada estava. Porém, acreditara sempre numa espécie de voz interior que lhe dizia que esse amigo não era o Homem a quem ela estava destinada a dar filhos. Olhou para Miguel e sentiu uma espécie de alegria interior. A sua face… parecia que em sonhos a já tinha visto.
O momento do beijo chegara. O Padre dizia as últimas preces. Tirou o véu. Olhou para Miguel e notou um grande brilho no seu olhar. Teve nesse momento a certeza que aquele casamento não era um engano. O noivo, recém-conhecido, amava-a também. As bocas aproximaram-se, e a consumação dos dois lábios num beijo de ternura selou o «abençoado» destino de Miguel e Ana.
Saíram do altar já marido e mulher. As pessoas levantavam-se, à medida que os noivos passavam pela nave da Igreja. Miguel olhava para os pais. Via o Barão sorrir e a mãe chorar comovida. Ana sorria, mas os seus olhos vagueavam pelos presentes. Só agora reparava neles, visto a sua cega ânsia de conhecer Miguel quando se dirigia para o altar. Procurava o amigo. Não o via e seus olhos desiludiam-se à medida que chegava à porta da Igreja. Pensou então onde ele estaria. Desde a noite em que lhe revelara o noivado encomendado que sabia que ele sofria. Lembrou-se das suas palavras desesperadas:
- Não sei se o passo certo estás a dar. Sei que pensarei em ti para sempre.


Casamento de Miguel e Ana

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Só para o Duarte saber que também já está administrador. Continuem! Beijinhos

June 8, 2004 at 12:35 AM  

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