Wednesday, May 19, 2004

I Capítulo Numa noite de tempestade…

Esta é uma história de vida. Uma história sobre pessoas que muito mudaram o corrompido mundo em que vivemos. Uma história de sentimentos. Uma história de lugares e de indivíduos que ousaram acreditar que os Homens são mais que simples Homens. Porque mais forte que a vitória, só a glória que ela encerra. Senta-te. A história é longa. Tens muito que ouvir. Não será uma perda de tempo. Antes, depois de esta lição entenderes, poderás saber como melhor perceber o tempo... - ternamente falou assim a voz, antes de fazer uma pausa e começar a maravilhosa jornada que jamais se ouviu.

Novembro. Tarde chuvosa. Uma tempestade tropical assombra a pequena cidade de Mangualde, capital de Sauzesco.
Quando chovia, os familiares da cidadezinha fechavam-se em casa. Os homens corriam para o clube e permaneciam lá durante horas. Durante esse tempo, Mangualde era uma cidade fantasma.
O clube oferecia a paz de um recanto estilo francês, acolhedor. As suas paredes de madeira de carvalho e os sofás já gastos eram os grandes testemunhos do reboliço que se passava por lá. Sentados perto do reconfortante calor da lareira, com o charuto e o copo de brandy na mão, os homens da cidade falavam de tudo. Durante as longas partidas de bilhar lavavam-se as almas e jogavam-se opiniões como se aquele local fosse um confessionário de emoções.
O Barão Alexandre de Albuquerque, também conde de Mangualde, saía de mais uma conversa com os seus ilustres amigos. As horas tinham passado como flechas apressadas e precisava voltar para casa. Agitado, percorreu as ruas desertas, olhando para as luzes acesas dentro das casas. Girando a sua bengala companheira para a frente e para trás, com o seu chapéu de coco na cabeça, olhou para o farol iluminado e viu os barcos que ondulavam no mar. Por sorte, a tempestade estava para acabar, pensou.
Abriu a porta de casa, sentiu o calor, o crepitar da lareira. Pousou o chapéu no bengaleiro. Em seguida olhou para a pequena mesa de entrada e viu, sobre o lindo nepron dourado, um recado: «chegou o dia. Estou cá em casa. Quarto das empregadas…»


Barão Alexandre de Albuquerque

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Ora muito bem, o Saga começou já a ferver e tudo aponta para o sucesso. Assim é que é camaradas. Parece-me que esta história épica vai ter um final arrebatador, que quase ninguém espera. Fiquem pra saber e "keep on touch". A saga ainda vai se alastrar e arrasar com a curiosidade dos "visitantes". Adelante, camaradas! O início tá mto bom pk deixa de imediato o pingo doce para querermos ficar presos e expectantes até ao próximo post. Façam sempre assim...é também a vitória das novelas. Parabéns pelo trabalho (ainda curto).

Assinado: "man apart"

May 19, 2004 at 4:31 PM  

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